“Então chegou Jesus no Getsêmani e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E levando consigo Pedro e dois dos filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então disse-lhes: a minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui e vigiai comigo. E indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: ‘Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como Tu queres’. E voltando-se para os seus discípulos achou-os adormecidos; e disse a Pedro: ‘Então nem uma hora pudeste vigiar comigo?’” (Mt 26.36- 40.)
Era chegada a hora em que Jesus seria preso e crucificado. Ele começava a sentir ali o peso do pecado da humanidade sobre seus ombros e queria ter ao seu lado seus amigos, seus discípulos que há três anos conviviam com Ele. Ele era Deus sim, mas, naquele momento, como homem, Ele sentiu a “necessidade” de ter alguém ao seu lado, para, pelo menos, orar com Ele. Mas isso não aconteceu. Ao voltar, encontrou Pedro, aquele que dissera que se entregaria à morte por amor a Jesus, adormecido.
Este fato ocorrido com Jesus, infelizmente, acontece conosco corriqueiramente. Quem de nós nunca se sentiu só em sua vida? Muitas vezes estamos rodeados de amigos, de pessoas que nos amam, que confiam em nós, que nos querem muito bem... mas, de repente, olhamos ao nosso redor e não encontramos um ombro amigo, alguém que possamos desabafar, que possamos despejar o sentimento de tristeza que abate o nosso coração em determinadas situações. As lutas, as perdas, os problemas que assolam a nossa alma nos fazem mergulhar num mar de escuridão e de tristeza. E esse sentimento de encontrar-se só na multidão é que faz com que muitas pessoas entrem em solidão, chegando até a ter uma depressão. Num momento de “desespero” imaginamos até que o Pai, o Deus que nos criou, esqueceu-se de nós! Seria isso verdade? Não!
“Mas Sião diz: Já me desamparou o Senhor; o Senhor esqueceu-se de mim! Pode uma mulher esquecer-se do filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que na palma das minhas mãos te tenho gravado.” (Is 49.14-16a.)
Que alegria! Que gozo! Não importam as lutas pelas quais estamos passando! Não importam as assolações que têm chegado a nossa vida! Não importa se a bênção tão prometida ainda não chegou e temos nos desesperado de tristeza diante da situação! Não importa se os nossos amigos nos abandonaram! Não importa se mesmo em meio a uma multidão estamos nos sentido só! Deus o Senhor, dono do nosso coração, nos conhece e tem na palma das mãos a nossa vida! Glórias a Ele! Eu não estou só! Você não está só! Mesmo que todos nos desamparem, Ele está conosco em todos os instantes da nossa vida! Por mais difícil que seja, por mais “abandonados” que possamos nos sentir, assim como Jesus no Getsêmani, o Pai jamais nos abandonará. Ele é o nosso supremo Pastor e tem o controle de todas as coisas. Aleluia! Basta crer, basta confiar, basta acreditar e descansar sob os braços fortes do Senhor. Ele jamais nos abandonará. Ele nunca dorme. Ele nos ama e prometeu que até a consumação dos séculos estará no nosso meio! (Mt 28.20b.)
Dizem que amor de mãe é único. Uma mãe vive com o filho durante 9 meses em seu ventre com todo cuidado, carinho, aguardando o momento de conhecer aquela dádiva que Deus está lhe dando. Depois vive meses em claro às madrugadas cuidando de seu filho, amamentado, zelando por aquele pequeno ser que depende quase que exclusivamente dela para viver. Teoricamente, é impossível que uma mãe esqueça-se do seu filho depois de tudo que ela passou para tê-lo ao seu lado. Mesmo que isso viesse a acontecer, o nosso Pai Celestial jamais nos abandonaria. Você é o filho amado, a filha amada do Pai. Ele jamais deixou você, e nem lhe deixará. E Ele lhe diz assim: “Levanta os olhos ao redor e olha; [...] vivo eu, diz o Senhor [...] porque, nos teus desertos, e nos teus lugares solitários, e na tua terra destruída, te verás, agora, apertada de moradores, e os que te devoravam (a tristeza, a dor, a luta assolação) se afastarão para longe de ti.” (Is 49.18-19.)
Deus lhe abençoe,