quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

MESMA INTENSIDADE


Há alguns ensinos de Jesus que produzem certo “friozinho na barriga” só de ouvi-los ou lê-los, quanto mais interiorizá-los buscando a prática no dia-a-dia. São ensinos que mexem com o mais profundo do nosso ser, o nosso âmago. Agora, o maior desafio é ter que reconhecer que Seus ensinos não surgiram no vácuo, antes, Ele os praticou, os vivenciou, os personificou.

Chamo sua atenção para a seguinte aula que o Senhor Jesus lecionou aos seus discípulos e demais ouvintes:

“Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus empregados. Logo no começo trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de prata. Mas o empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que ele possuía. Mas o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor.” —O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora. O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo: “Pague o que me deve! —Então o seu companheiro se ajoelhou e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo.”—Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão chamou aquele empregado e disse: “Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você.”—O patrão ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida. E Jesus terminou, dizendo: —É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão.”

Mateus 18. 21-35 NTLH

Acredito que você já percebeu sobre qual ensino do nosso Amado Mestre eu estou falando: Perdão! Se você ler atentamente ou se propor a fazer um estudo sobre o perdão nos evangelhos, notará o quanto o Senhor ensinou sobre isso. Realmente o perdão é uma das colunas do evangelho pregado por Jesus, o evangelho do Reino.

Não há como ser Seu discípulo e tentar viver indiferente a necessidade de perdoar ao próximo. Não importa o tamanho do pecado, não importa o tamanho da dor proporcionada, não importa o tamanho da desconfiança gerada, é uma exigência de Jesus: Perdoar !

Apesar de realmente ser uma exigência, pense nos incontáveis benefícios desfrutados ao perdoar : Liberdade, leveza, saúde psíquica e física, crescimento na vida espiritual e inúmeras outras conquistas. Perdoar é curar a si mesmo para então curar o próximo. É mais ou menos como o mandamento de amar ao próximo estabelecido pelo próprio Deus e reenfatizado por Jesus:

“O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo . Não há outro mandamento maior do que estes.”

Marcos 12. 31 (grifo meu)

O amor ao próximo deve ser na mesma medida, na MESMA INTENSIDADE, que amamos a nós mesmos. O perdão não é diferente, experimentamos liberdade e libertamos o próximo. Experimentamos leveza e deixamos igualmente leve nosso próximo. Somos curados e proporcionamos a cura. Sim, na MESMA INTENSIDADE!

É extremamente séria essa faceta de como perdoar . O perdão deve fluir das nossas vidas para o próximo na MESMA INTENSIDADE que Deus nos perdoa e que nós mesmos nos perdoamos.

A parábola acima, contada por Jesus, nos mostra uma das atitudes que mais deixa Deus indignado conosco: “Prender” quem nos ofende, quem pecou contra nós, mesmo conscientes do imensurável perdão que Ele nos dá.

Entenda, é na MESMA INTENSIDADE! Apesar de não podermos comparar o tamanho da minha e da tua ofensa para com Deus, que é imensuravelmente maior, isso em relação àquela cometida pelo nosso próximo a nós mesmos (que sem dúvida alguma é muito menor), Ele espera que o nosso perdão seja dado ao próximo na mesma intensidade com a qual Ele nos perdoa.

Você consegue lembrar de Jesus chamando Judas, após tê-lo traído, de amigo? Consegue lembrar de Jesus cravado na cruz pedindo para que Deus perdoasse aqueles que lhe agrediam física e verbalmente? E de Jesus procurando Pedro para derramar cura e deixar bem claro que a missão dada a ele não havia mudado? Sabe o que é isso? Perdão!

Podemos até admitir o quão difícil é perdoar , mas não podemos nos isentar do cumprimento desse ensino. Perdoar como Deus nos perdoou e perdoa. Perdoar como o Senhor Jesus, que quando esteve aqui nessa terra, mostrou o como, o exemplo, o caminho a ser seguido.

Lembre-se: Não podemos escolher quem perdoar ou o que perdoar, nosso perdão não pode ser seletivo ou condicional, tem que ser como o d'Ele, na MESMA INTENSIDADE!

A afirmação seguinte é forte, mas verdadeira: Há uma forma de experimentar a revogação do nosso perdão , o que eu acredito que não seja nosso interesse. E essa é não perdoar . Na parábola contada por Jesus isto fica muito claro, mais claro ainda fica quando ele termina o ensino da oração modelo:

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.”

Mateus 6. 14-15

Vamos pedir graça dos céus para aprendermos essa lição: Perdoar ! Ah, e na MESMA INTENSIDADE!



L. R. Meier