A Bíblia é um livro extraordinário. É o livro mais vendido de todos os tempos. Se não fosse por qualquer outro motivo, só esse já faria dela uma leitura obrigatória para todas as pessoas pensantes.
Ela teve uma influência marcante no desenvolvimento dos valores da nossa civilização ocidental, nas áreas da família (o ideal bíblico da aliança entre um homem e uma mulher proporciona um alicerce fortíssimo para qualquer sociedade – Jesus valorizou as mulheres e as crianças no mundo masculinizado de sua época), relações de trabalho (princípios bíblicos regem os relacionamentos entre patrões e empregados), questões raciais (a Bíblia descarta qualquer tipo de discriminação racial), crime (a punição de crimes é mais justa e misericordiosa), humanitarismo (Florence Nightingale, Madre Teresa, Pasteur, Albert Schweitzer, Cruz Vermelha, ACM, Visão Mundial, Exército da Salvação, hospitais, orfanatos, instituições de ensino), governo, instrução (a importância da palavra escrita – Harvard, Yale e Princeton) cultura – música, artes e literatura. E na vida espiritual dos povos ocidentais, ela teve papel preponderante estabelecendo padrões morais objetivos, transformando vidas.
Apesar de tudo isso, poucas são as pessoas que realmente podem afirmar que conhecem a Bíblia. Muitos de nós podemos dizer que conhecemos um pouco da Bíblia. Conhecemos algumas passagens mais clássicas. Quem nunca ouviu falar “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”? Ou “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”?
Muitos de nós já passamos anos sentados nos bancos da escola dominical, mas ainda conhecemos muito pouco o seu livro de texto. Tentamos ler algumas passagens aqui, outras ali, mas elas não parecem fazer muito sentido. Outras passagens parecem desnecessárias, até enfadonhas. Quem quer saber as genealogias de gente que morreu há tanto tempo? E por que isso seria considerado importante para a minha vida hoje?
O problema é que fazemos com a Bíblia o que não faríamos com nenhum outro livro que tivéssemos de estudar para aprender de fato. Pegamos um pedacinho aqui, outro ali, e então, quando não conseguimos apreender o sentido do que está sendo dito, jogamos a culpa no texto, não no nosso método. Se não entendermos um pouco melhor o que a Bíblia é, o que ela narra, será difícil tirarmos algum proveito do que lermos.
O que é a Bíblia?
A Bíblia é a revelação escrita de Deus acerca de sua vontade para os homens. Encontramos ali ordens específicas do Senhor para que sua mensagem fosse escrita a fim de servir de guia para pessoas de todos os tempos. Êxodo 34:27. À medida que for lendo seu texto e estudando sua mensagem, observe quantas vezes aparecem as palavras : Disse o Senhor, e a palavra do Senhor veio a..., também disse o Senhor, etc...Seu tema central é a reconciliação do homem com Deus mediante Jesus Cristo. Colossenses 1:20; 2 Coríntios 5:18-20. Deus quis se revelar aos homens através de pessoas a quem escolheu para servir de instrumentos seus. Jeremias 1: 1-9.
É um livro que tem falado a milhares de gerações de pessoas de todas as idades, de todas as culturas e de todos os tipos de interesse. O motivo é que, apesar de ter sido escrita por seres humanos, ela é divinamente inspirada. O pensamento é divino, a revelação é divina, mas a expressão da comunicação é humana. 2 Pedro 1:21.
A Bíblia é “uma história, um relato, a história de Deus. Por trás dos 10000 acontecimentos está Deus, o construtor da História, o autor dos séculos. Tendo a eternidade por limite de um lado e de outro, e o tempo no meio, Gênesis marcando seu início e Apocalipse o seu término, entre um e outro Deus está operando. Podemos descer aos mínimos detalhes em qualquer parte e ver que há um grande propósito desenvolvendo-se através dos tempos – o desígnio eterno do Deus Todo-poderoso de redimir um mundo destruído e arruinado.”[1]
Como a Bíblia foi escrita?
A Bíblia é uma coleção de livros, uma biblioteca em si. Contendo 66 livros escritos por 40 autores diferentes, ela abrange um período de aproximadamente 1600 anos. Ela está dividida em duas partes, chamadas de testamentos – o Antigo Testamento, com 39 livros e o Novo Testamento, com 27. A palavra original para testamento significa aliança ou pacto. No AT encontramos a aliança da lei. Foi dada uma lei que precisava ser obedecida para as pessoas serem aceitas diante de Deus. No NT, encontramos a aliança da graça, através de Jesus Cristo. A aceitação diante de Deus é através da obediência perfeita de Seu ünico Filho. A única coisa que as pessoas precisam fazer para se aproximar de Deus agora é aceitar Jesus como seu Salvador – nada mais. É um presente imerecido. Não depende de nada que possamos fazer, mas apenas da nossa fé em Jesus. Uma aliança conduziu à outra (Gálatas 3:17-21). A impossibilidade de cumprirmos a lei nos mostrou a extensão da nossa desobediência e a necessidade de alguém que o faça por nós. Jesus cumpriu perfeitamente a lei de Deus e através Dele, somos justificados diante de Deus.
Os autores bíblicos foram reis e príncipes, poetas e filósofos, profetas e estadistas. Alguns eram instruídos em todo o conhecimento de sua época enquanto outros eram pescadores sem cultura. Nem todos são identificados.
O AT foi escrito em hebraico, com alguns pequenos trechos em aramaico (ver Daniel 2:4b-7:28; Esdras 4:8-6:18; 7:12-26 e Jeremias 10:11).[2] Entretanto, a parte mais importante de como a Bíblia foi escrita está revelada em 2 Pedro 1:21: “homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. A palavra grega traduzida por inspirados significa literalmente “pelo sopro de Deus” (theopneustos). O Espírito Santo “moveu” homens, levando-os a escrever com as próprias palavras o que Deus desejava que dissessem.
Como sabemos que a Bíblia é verdadeira?
Evidência bibliográfica :
Nenhum escrito antigo apresenta tanta evidência documental quanto a Bíblia. Com exceção das 643 cópias da obra do Homero, os demais clássicos apresentam de 3 a 20 cópias de cada. Da Bíblia, existem quase 15000 cópias, 5000 manuscritos antigos do NT e 10000 manuscritos antigos ou partes de cópias do AT. Além disso, não apenas a quantidade de cópias é maior como também a qualidade das cópias ultrapassa a dos manuscritos literários seculares. Deve-se isso ao extremo cuidado dos judeus na tradução e na preservação dos manuscritos bíblicos.
Evidência interna :
A Bíblia não só declara ser a Palavra de Deus, mas também afirma que nem sequer uma letra pequenina ou um mero acento de letra da lei (AT) passará sem que tudo se cumpra (Mt.5:17-18). Mas podemos confiar no que ela diz a respeito de si mesma? Segundo um autor que debate com críticos da autenticidade da Bíblia, se uma testemunha é fiel em diversas coisas que afirma, podemos crer no que ela diz a seu próprio respeito.
Para mim, a maior comprovação da autenticidade da Bíblia é o fato de Jesus ter citado as Escrituras como sendo a Verdade: “Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade” (João 17:17). Ele citou 22 livros do AT, e especificamente as passagens de que os críticos da Bíblia mais duvidam: a criação do homem e da mulher, o dilúvio, a mulher de Ló, o maná, a serpente de bronze e a história de Jonas.
Em Jesus, cumpriu-se um número impressionante das profecias a respeito do Messias. A probabilidade de que uma pessoa cumprisse apenas oito das principais profecias que Jesus cumpriu (Isaías 7:14, Mateus 1:18-25; Jeremias 23:5, Lucas 3:23-31; Miquéias 5:2, Lucas 2:11; Salmo 41:9, Mateus 26:21; Isaías 53:5, Mateus 27:26; Salmo 16:10, Mateus 28:5-6) é de 1 em 100 000 000 000 000 000.
Além das profecias referentes a Jesus, há outras relativas a outras pessoas e eventos que já se cumpriram. Por exemplo: O profeta Isaías, escrevendo em cerca de 700 A.C., prediz que um rei chamado Ciro ordenará a reconstrução de Jerusalém e o lançamento dos alicerces do templo (Isaías 44:28; 45:1). Quando Isaías escreveu isso, a cidade de Jerusalém era uma metrópole poderosa e o templo estava em pé no lugar onde fora construído. Só um pouco mais de cem anos depois é que a cidade e o templo seriam destruídos pelo rei Nabucodonozor, em 586 A.C. Assim, Isaías predisse que um rei chamado Ciro, que não deveria nascer ainda por cem anos, daria ordens para reconstruir um templo que ainda estava em pé naqueles dias e que não seria destruído por mais cem anos.[3]
A própria Bíblia dá o propósito das profecias: comprovar que Deus sabe todas as coisas e tem um plano que se cumprirá: Isaías 46:9-10; 48:3,5.
Durabilidade:
A Bíblia já sofreu as mais tremendas perseguições dentre todos os livros da história. Apesar disso, sempre foi preservada, muitas vezes com sacrifício da vida de alguns cristãos. Em 23 de fevereiro do ano 303, foi promulgado um decreto válido para todo o Império Romano, que ordenava a entrega de toda e qualquer parte das Escrituras que estivesse de posse de qualquer pessoa, a fim de que fosse queimada. A pena para a desobediência era a morte. É óbvio que nem mesmo o decreto do poderoso Imperador conseguiu seu intento, ou não teríamos a Bíblia em nossas mãos hoje.[4]
Poder:
Se considerarmos que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus, e se pensarmos que, de tudo que Deus poderia ter dito a respeito de Si mesmo e de Seus planos para a humanidade, Ele escolheu dizer o que está escrito nesse livro, temos de reconhecer que tudo o que está registrado ali tem importância e poder. Até passagens aparentemente pouco reveladoras podem ser usadas por Deus para tocar o coração das pessoas.
O que a Bíblia revela sobre si mesma?
Ela é como um espelho. Tiago 1:22-25. O espelho não mente nunca. Se queremos saber com que cara estamos, o espelho nos dirá. A Bíblia nos revela a nossa condição espiritual, o que está fora de lugar, o que está sujo, o que precisa ser arrumado, o que precisa ser corrigido para termos uma vida espiritual atraente. 2 Timóteo 3:16-17.
Ela é como a água no sentido de saciar a nossa sede e nos purificar das impurezas espirituais. (João 15:3; Efésios 5:26). Como a Palavra nos purifica? Renovando a nossa mente com a Verdade. Romanos 12:2. Enquanto vivemos limitados pelos nossos sentidos, somos como o homem natural. 1 Coríntios 2:6-16. Mas a Palavra, ministrada pelo Espírito ao nosso coração nos ensina a respeito das coisas espirituais, que são a verdadeira realidade. Assim como a lavagem física remove as células mortas e a sujeira que se acumula em nosso corpo pelo processo de viver, a leitura da Palavra remove as coisas mortas da nossa vida, que tolhem o nosso crescimento e a energia de nossa vida espiritual e a sujeira que não deveria estar presente ali.
Ela é alimento que propicia o nosso crescimento espiritual, desde os primeiros momentos da vida cristã até à maturidade (1 Pedro 2:2; João 6:26-35; Hebreus 5:12-14). Jesus é o Pão da Vida – João 6:35,48, 54, 63b – Ele disse que quem não comer Sua carne não tem vida em si mesmo - João 6:53. Seu corpo é a encarnação do Verbo, da Palavra – logos. Logos: revelação de toda a sabedoria do universo. Quando tentado, Jesus falou que o pão físico traz vida física, mas o pão espiritual, que é a Palavra de Deus, é que traz vida espiritual – Mateus 4:4. Assim, comer o pão significa alimentar-se da Palavra. Sem uma alimentação contínua desse alimento, a vida espiritual será raquítica, sem energia.
Ela é como uma espada pois pode ser utilizada com arma de defesa e de ataque contra o inimigo. (Efésios 6:17; Hebreus 4:12). Você iria para uma batalha desarmado? Estamos envolvidos em uma batalha espiritual contínua em que nosso inimigo nos cerca qual leão faminto, procurando nos devorar. (1 Pedro 5:8) Jesus usou a Palavra de Deus como arma afiada para lutar contra as tentações de Satanás (Mateus 4:4, 7, 10).
Ela é luz pois lança claridade sobre a escuridão da vida, sobre as confusões, os conflitos, os perigos para nos manter no caminho certo. (2 Pedro 1 16-21 - Salmo 119:130,105) À medida que formos nos apropriamos da Palavra, vamos desenvolvendo um novo tipo de visão, enxergando a realidade natural com olhos que vêm o sobrenatural (Hebreus 11:27). É essa visão que sustenta a nossa fé e nos capacita a viver por um poder que excede as nossas forças. Foi assim que viveram Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e todos os outros heróis da fé.
Os problemas que muitas vezes encontramos ao tentar ler a Bíblia são os mesmos que encontramos ao assistir a um filme da metade para o fim ou então quando lemos um romance uma página aqui, outra ali.. Ficamos sem entender os acontecimentos que estamos presenciando ou vivendo. No entanto, a Bíblia narra a história de um grande romance e como toda história, tem de ter um começo, um meio e um fim. Ela tem um Autor que já escreveu o enredo, o início e final dessa história, e estamos todos inseridos, como participantes, nessa aventura de amor e redenção.
Como toda boa história, ela começa com ... Era uma vez, num reino distante, um rei bom e poderoso... e termina com “viveram felizes para sempre”, como você pode ler nos dois últimos capítulos do último livro da Bíblia, o Apocalipse. É por isso que todas as histórias que apaixonaram a raça humana até hoje seguem esse mesmo enredo (histórias infantis, os grandes épicos da história humana e mais recentemente as aventuras de Guerra nas Estrelas, O Senhor dos Anéis de Tolkien, As crônicas de Narmia de C.S. Lewis).
Essas histórias satisfazem um anseio que está no fundo do coração de todo ser humano – saber que sua vida aqui tem um propósito maior, que ele é parte imprescindível de algo grandioso que está ocorrendo exatamente de acordo com o plano perfeito de alguém maior do que ele. Essa certeza nos dá um senso de significado, pois podemos descansar e participar alegremente de algo que vai muito além da nossa capacidade. Só precisamos fazer aquilo que fomos capacitados a fazer e podemos deixar os resultados com o Autor da história. Em Sua Palavra, Deus declara Seu grande amor pelas pessoas que criou. Ele nos amou com todos os nossos defeitos. Seu amor é incondicional, não depende do que fazemos mas apenas de sermos quem somos. Saber que somos alvo de um amor que nada fizemos para merecer, e que, por conseguinte, nada do que façamos pode extinguir, satisfaz plenamente a nossa necessidade de sentir-nos amados e sacia nossa sede de segurança.
A narrativa bíblica contém dois “no princípio” porque narra eventos que ocorreram muito antes de os seres humanos passarem a fazer parte dessa história.
Na eternidade antes da Criação, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo existiam num relacionamento de amor, harmonia e perfeita união. Eles criaram os anjos para aumentar Sua alegria e felicidade. Entre esses anjos, um recebeu todas as honras e beleza e poder para assistir diretamente diante do trono de Deus – Lucifer. Mas esse anjo desejou mais do que o papel que lhe havia sido designado. Desejou o lugar do Autor. Por desejar usurpar o que não lhe pertencia, foi expulso do céu, juntamente com um terço dos exércitos celestiais, que se uniram a ele em sua rebelião.
Deus criou então os seres humanos, um pouco abaixo Dele mesmo, coroando-os de honra e de glória (Salmo 8:5), colocando tudo na criação sob seu domínio. E deu-lhes acima de tudo a liberdade de retribuir ao Seu amor ou rejeitá-lo. Por que Deus faria uma coisa dessas? A Ele não interessa o amor de um ser que não tem escolha. Ele quer um amor voluntário, expresso de todo o coração, de todas as forças, de todo o entendimento. Para conquistar esse amor de suas criaturas, Ele trava uma batalha pelos nossos corações. E a Bíblia narra a história desse grandioso épico, começando com a eternidade passada, passando pela história da raça humana aqui na terra e terminando com a eternidade futura, quando todas as coisas serão restauradas ao propósito maravilhoso de Deus para a Criação e para Seus filhos.
Assim, abramos as nossas Bíblias e caminhemos através de seus livros para entender a totalidade da história que eles contam.
A Bíblia é composta de 66 livros, 39 dos quais encontram-se na parte chamada de Antigo Testamento, e 27 na parte chamada de Novo Testamento.
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Livros do Antigo Testamento:
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17 livros históricos,
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5 livros poéticos
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17 livros proféticos
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Livros do Novo Testamento:
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4 Evangelhos
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Mateus,
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Marcos
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Lucas
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João
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1 livro histórico - Atos
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21 epístolas
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14 paulinas
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7 gerais
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1 livro profético – Apocalipse
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Livros apócrifos -
Os livros históricos – Uma visão geral
Gênesis: É o livro dos princípios e o primeiro dos cinco livros da lei, chamados de Pentateuco ou Torá. Ele responde à questão: “Quem somos e de onde viemos.” Narra a criação do mundo e dos primeiros seres humanos, sua desobediência, a destruição quase total da raça humana, as primeiras famílias e o chamado de Abraão para dar início a um povo separado para abençoar todas as nações. A partir do capítulo 12, a história se concentra nessa família e conta a história dos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó e José. O livro termina com a ida de Jacó e sua família para o Egito a fim de escapar da fome.
Êxodo: É o livro da redenção, Deus vindo em socorro do homem. Ele é uma revelação do caráter essencial do Deus que tem um propósito em tudo o que faz. A família de Jacó estava começando a se misturar com as nações vizinhas e assim Deus a levou ao Egito, povo que não se misturava com outras raças, onde ficou 400 anos. 70 pessoas subiram ao Egito e lá ficaram, sem se misturar, mas crescendo e se fortalecendo. No momento certo, Deus enviou Moisés, a quem preparou de forma especial para a tarefa de levar o povo, agora perto de 3 milhões de pessoas, de volta à terra que havia prometido a Abraão. Levou menos de duas semanas para Deus tirar o povo do Egito mas levaria 40 anos para tirar o Egito de dentro do povo. Por isso Deus o levou primeiro ao sul, ao Monte Sinai, onde deu as leis que deveriam reger a nova nação. Diversas vezes o povo se revoltou contra Moisés e contra Deus por não lhes estar dando aquilo que eles achavam que precisavam.
Levítico: Depois da construção do tabernáculo, Deus passa a habitar no meio do Seu povo. Ele dá as diversas leis a respeito de como o povo deveria aproximar-se Dele. O tema de Levítico é: Sejam santos porque Eu sou santo.
Números: É o livro da peregrinação pelo deserto. O povo, cercando o tabernáculo e guiado por Deus, começa a jornada rumo à terra prometida, chegando lá em pouco tempo. Moisés envia 12 espias para buscar informação sobre os habitantes e as fortificações. Depois de 40 dias, eles voltam com o relatório. A terra é boa e produz fartura, mas as cidades são fortificadas e habitadas por gigantes. Dois espias, Josué e Caleb, confiaram em Deus e insistiram em entrar na terra, mas o povo ouviu os outros dez e se recusou. Por causa de sua rebeldia e descrença, Deus ordenou que vagassem pelo deserto 40 anos, até a geração descrente que havia saído do Egito tivesse morrido no deserto. A princípio, o povo reclamava e se rebelava, mas aos poucos foi se arrependendo de sua rebeldia e começou a louvar a Deus e confiar na Sua provisão e no Seu poder. O livro termina com o povo novamente acampado às portas da terra prometida, 40 anos após a saída do Egito.
Deuteronômio: Moisés faz três discursos revisando a lei, para que ninguém pudesse alegar ignorância. A ênfase está na obediência aos preceitos de Deus. Ele deixa claro que o povo tem uma escolha: obedecer ou desobedecer. A obediênciia traz bênçãos, a desobediência traz maldição. O povo era livre para escolher se obedeceria ou não, mas não tinha liberdade para escolher as conseqüências de sua escolha. No final do livro, Moisés passa a liderança a Josué e morre em pleno vigor.
Josué: É o livro das conquistas. Deus determinou a herança de cada tribo, mas não lhes deu a terra de mão beijada. Cada uma teria de lutar pelo que lhe havia sido dado, mas nenhuma delas levou a conquista até o fim, permitindo que alguns povos permanecessem em seu meio. Por não terem tirado o mal do seu meio, o povo começou a se afastar de Deus e a se contaminar com outros deuses. Josué morre no final do livro.
Juízes: É a história dos diversos ciclos de desobediência do povo. Eles se prostituíam com outros deuses, eram dominados pelos povos que ainda habitavam na terra prometida, clamavam a Deus por misericórdia e Deus enviava um juiz que os livrava da opressão. É um relato deprimente de muitos fracassos e poucas vitórias. A tônica do livro de Juízes é: cada um fazia o que parecia bem aos seus próprios olhos.
Rute: Esta linda história da redenção de uma moabita por um israelita se deu durante o tempo dos juízes e termina com o casamento da moabita com o filho de Raabe, uma prostituta cananéia, e o nascimento do avô de Davi, Obede.
1 Samuel: Narra a história de Samuel, o último juiz que foi também um profeta de Deus. Ele governou Israel até que, envelhecido e sem ter sucessores, já que seus filhos não eram tementes a Deus, o povo pediu que nomeasse um rei sobre eles, para que fossem como todos os outros povos. Deus permitiu o que o povo pediu e ordenou a Samuel que ungisse Saul. Saul começou bem, mas logo se desviou, desobedecendo a Deus, mentindo a respeito da desobediência. Por isso, Deus avisou que não seria um filho seu que continuaria a reinar depois dele e ordenou a Samuel que ungisse a Davi como próximo rei. Enquanto Saul não morreu, Davi não assumiu o trono.
2 Samuel: Depois da morte de Saul, Davi foi coroado rei de duas tribos no sul. Somente depois de algum tempo é que ele foi declarado rei de todo Israel. Davi foi um homem segundo o coração de Deus, e o livro de 2 Samuel conta a história de seu reinado. Davi pecou, e pecou grandemente, mas, ao contrário de Saul, quando confrontado com seu erro, caiu em profundo arrependimento. Deus o perdoou e restaurou, mas ele teve de enfrentar as conseqüências do seu pecado. Houve sérios problemas familiares e problemas no reino, mas ele foi um homem excepcionalmente apaixonado por seu Deus. Organizou o culto no templo mas não pôde construí-lo, ficando isso a cargo de seu filho Salomão.
1 e 2 Reis: Os livros dos reis começam com a morte de Davi e a ascenção de seu filho Salomão, que continuou a grande obra de unificação do reino iniciada por seu pai. Durante seu reinado, Israel tornou-se um reino poderoso e respeitado. Com sua morte, seu filho Roboão subiu ao trono, mas, a essa altura, o povo já estava arrependido de haver pedido um rei. O custo da realeza era alto demais. Quando Roboão não quis baixar os impostos, houve uma revolta entre o povo e o reino se dividiu em dois, o reino do Norte, que ficou com o nome de Israel, e o reino do Sul, que ficou com o nome de Judá. Israel foi desobediente a Deus desde o início. Todos os seus reis “andaram nos caminhos de Jeroboão”, o rebelde fundador do reino do Norte, e foram igualmente rebeldes ao Senhor. Os dois livros alternam a narrativa das vidas dos reis de Israel e dos reis de Judá. Entre os descendentes de Davi, que governaram Judá, houve reis piedosos, que levaram o povo a obedecer a Deus, mas a maioria foi igualmente rebelde e desobediente. Deus enviou profetas, como Elias e Eliseu, para advertir o povo do norte, e depois de muitas advertências, mandou os assírios, um povo extremamente cruel, para conquistar Israel e levar cativo seu povo, espalhando-o por diversos lugares. Judá permaneceu mais tempo, por ter tido períodos de obediência a Deus. Por fim, Deus avisou que ele também seria levado cativo, mas apenas por um período de 70 anos, após o qual seria enviado de novo à sua terra.
1 e 2 Crônicas: Os livros das crônicas narram a história dos reis de Judá, os descendentes de Davi. Eles começam com a genealogia de Davi a partir de Adão e depois de dar um registro bem detalhado de todos os descendentes dos filhos de Jacó, narra a morte de Saul e, dali por diante, o reinado de todos os reis de Judá. O primeiro livro vai até a morte de Davi, e o segundo, de Salomão até a queda de Judá, seu cativeiro de setenta anos na Babilônia. O livro termina com o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que nesse tempo já havia conquistado a Babilônia, permitindo que os judeus voltassem à sua terra natal.
Esdras e Neemias: Estes dois livros narram o retorno dos judeus do exílio de 70 anos para reconstruir o templo e as cidades que haviam sido destruídas e jaziam em ruínas. Esdras foi um escriba apaixonado pelas Escrituras e instruiu o povo a respeito da lei de Deus. Neemias voltou para reconstruir os muros de Jerusalém e governar o povo que ali habitava. Juntos eles ajudaram a restabelecer o povo judeu em sua terra e no culto a Deus. O cativeiro havia curado o povo da idolatria. Nunca mais a adoração de ídolos seria um problema para os judeus.
Ester: O livro de Ester, o único da Bíblia toda em que não há menção específica a Deus, narra uma história que se passou no tempo em que os judeus estavam no cativeiro. A Babilônia havia caído sob o poder dos persas e foi na corte do rei persa Assuero que a mocinha judia Hadassa, chamada pelo nome persa de Ester, foi usada como instrumento para o livramento de seu povo. Uma mulher de extraordinária fé e coragem. A história de Ester se encaixa no tempo de Esdras e Neemias.
Termina aqui a história do povo de Deus no Antigo Testamento.
Em seguida, estão inseridos os cinco livros chamados poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares, que foram escritos em diversos períodos da história de Israel
Os livros poéticos
Jó: O livro de Jó é considerado o mais antigo dos escritos sagrados hebraicos. Jó foi um homem que viveu no tempo dos patriarcas e teve sua vida marcada por tremendos sofrimentos. Ele levanta o problema das provações na vida do justo, mas não o explica nem dá as respostas que a maioria das pessoas tem a esse respeito. Nos primeiros trinta e sete capítulos, Jó e seus amigos tentam explicar o inexplicável. A partir do capítulo 38 Deus começa a responder, colocando Jó no seu lugar de criatura e mostrando que ele não tem capacidade para questionar o que Deus faz. Jó se humilha no pó e na cinza e declara o poder de Deus sobre toda a criação numa das mais belas e fortes afirmações de quem Deus é – Jó 42:1-6. A grande pergunta do livro de Jó não é: “Por quê?” mas “Quem está no controle de tudo?”
Salmos: O livro de Salmos é um dos mais conhecidos da Bíblia. É um livro de poesias e cantos compostos para louvar a Deus, ensinar, profetizar, bem como para expressar todo tipo de sentimento e frustração humana. Não há quem não se identifique profundamente com algum salmo. Eles nos servem de consolo, alegria, e louvor a Deus. Davi, o mavioso cantor de Israel, foi o autor da maioria dos salmos.
Provérbios: O próximo livro é uma coletânea de ensinos práticos sobre a vida. Escrito quase em sua totalidade por Salomão, o homem mais sábio que já viveu, ele focaliza a sabedoria de seguir os caminhos de Deus e a insensatez de seguir nossos próprios caminhos.
Eclesiastes: Este é outro livro escrito por Salomão, mas mostra a futilidade das coisas materiais, da busca pela sabedoria humana, concluindo com a afirmação de que só em Deus encontramos propósito e redenção.
Cantares: É um hino de exaltação do amor humano, falando graficamente do romance e dos prazeres que Deus nos reserva através da união de dois cônjuges. Foi considerado por muitos anos como apenas uma metáfora do amor divino, mas os detalhes do livro mostram a sabedoria de viver o amor humano pelos padrões divinos.
Os livros proféticos
Os próximos 17 livros são os chamados proféticos. Eles foram escritos no tempo dos reis e depois no tempo do exílio, e são advertências do Senhor sobre as conseqüências da desobediência e da teimosia do povo. Cada um desses livros tem uma mensagem especial de Deus. Nunca o povo a quem foi dirigido poderá alegar ignorância sobre o que iria acontecer como resultado de sua desobediência. Sua mensagem de repreensão e esperança foi ouvida por muito poucos. Os livros proféticos são divididos em Maiores e Menores, não pela importância da mensagem, mas pela extensão do seu conteúdo.
Profetas Maiores:
Isaías: É considerado o evangelho do Antigo Testamento. Ele contém algumas das mais belas mensagens de amor e de esperança da parte de Deus para com Seu povo desobediente. Isaías foi enviado por Deus para advertir o povo do reino do Sul sobre as conseqüências que teriam de sofrer por se afastarem dos caminhos do Senhor. Suas profecias são incontestáveis, e falam da vinda de Jesus em termos bem claros, seu nascimento virginal, sua vida como servo e sua morte na cruz por todos os seres humanos.
Jeremias: Um profeta escolhido por Deus desde o ventre materno para levar uma mensagem contundente de arrependimento ao povo desobediente do reino do Sul. Jeremias usou diversas ilustrações gráficas para mostrar o que aconteceria se o povo não se voltasse para Deus. Foi preso, jogado no fundo de uma cisterna, diversas vezes quase perdeu a vida. Viveu para ver o cumprimento das profecias que anunciou – a queda de Jerusalém, o templo queimado e destruído, o exílio do povo para a Babilônia. Ele escolheu ficar na terra com os mais pobres e acabou sendo levado por rebeldes para o Egito, onde provavelmente morreu.
Lamentações de Jeremias: É um livro que verte lágrimas da agonia e da tristeza que Jeremias sofreu ao ver cumpridas as profecias que Deus o mandou anunciar. Contém uma das mais belas expressões bíblicas de esperança no capítulo 3, de 22 a 33.
Ezequiel: Foi um dos profetas que ministrou ao povo no exílio babilônico. Ele viveu com os mais humildes num acampamento junto ao rio, onde os exilados foram alojados. A tônica de sua profecia é : Saberão que Eu sou o Senhor. O povo não pode alegar ignorância. Deus se revelou claramente e fez saber o que esperava dele. Entretanto, o povo continuou dando ouvido a outras vozes e crendo nelas mais do que no que disse o Senhor. Essa era a fonte do seu problema. O livro de Ezequiel apresenta visões espantosas e inúmeras parábolas. Deus não poupou nenhum esforço para mostrar o que queria que o povo entendesse.
Daniel: Daniel foi contemporâneo de Jeremias e Ezequiel. Ele era parte da elite de Israel, um príncipe jovem e muito bem instruído, fiel a Deus, mas sofreu com o povo desobediente o castigo do exílio. Enquanto Ezequiel profetizava junto aos exilados mais humildes, Daniel foi levado ao palácio do rei e escolhido para servir em cargos de alto poder na corte babilônica. Sua fidelidade a Deus foi provada inúmeras vezes mas ele se mostrou obediente e humilde. Neste livro temos belíssimas declarações e demonstrações do poder e da soberania de Deus sobre todos os seres humanos e sobre todos os eventos que governam os destinos da humanidade. Daniel profetizou sobre o final dos tempos e parte de suas profecias ainda estão por se cumprir.
Os profetas menores
Oséias: Oséias é o primeiro dos profetas menores. Vale lembrar que “menor” tem relação com a extensão da mensagem escrita e não ao seu valor. Sua mensagem foi dirigida ao reino do Norte, sempre infiel e desobediente a Deus desde a separação dos dois reinos. Este profeta recebeu ordens de Deus de viver uma ilustração do amor de Deus por Seu povo. Deus lhe ordenou que se casasse com uma prostituta que, depois de viver com ele e lhe dar três filhos resolveu voltar à vida antiga. Como o povo de Israel, a mulher de Oséias representava a infidelidade para com Aquele que a salvara da vida de pecado e lhe provera todos os meios para uma vida feliz e fiel. Deus ordena a Oséias que volte em busca da esposa infiel e a traga de novo para casa depois de ter sido abandonada por seus amantes e vendida como escrava.
Joel: Ministrou ao reino do Sul. Ele identificou ousadamente os pecados do povo e conclamou-o ao arrependimento.
Amós: Era um criador de ovelhas que foi chamado para sair de usa terra no reino do Sul para profetizar ao reino do Norte, Israel. Ele fala repetidamente do juízo de Deus e do exílio que os israelitas sofreriam nas mãos cruéis dos assírios.
Obadias: Este profeta foi enviado ao reino do Sul mas também falou a Edom, seu vizinho. O cerne da mensagem de Obadias é o de que, embora Deus use os povos gentios para castigar Israel, eles não ficarão impunes e pagarão por sua crueldade contra o povo de Deus.
Jonas: O profeta Jonas foi chamado por Deus para pregar o arrependimento à cidade de Nínive, capital da Assíria. Ele fugiu da sua missão, foi lançado ao mar e engolido por um grande peixe, em cujo ventre permaneceu três dias. Depois disso, foi “vomitado” na praia e teve de cumprir o que Deus lhe havia dito, embora o fizesse com má vontade. Mesmo assim, Deus usou a sua pregação para trazer um grande arrependimento aos ninivitas, que, por algum tempo, foram poupados do castigo que lhes havia sido reservado. Jonas é conhecido como “o profeta relutante”.
Miquéias: Profetizou ao reino do Sul e foi contemporâneo de Isaías no reino do Sul e de Amós e Oséias no reino do Norte. Miquéias profetizou contra a corrupção ética e social de seu povo, anunciando o desastre iminente, que seria enviado pelo Senhor. Ele convocou o povo ao arrependimento sincero, não apenas de fachada. É neste livro que se encontra a profecia sobre o local onde Jesus nasceria : 5:2.
Naum: Pregou uma mensagem de consolo ao povo de Judá, falando da destruição que sobreviria de seus cruéis opressores assírios. É um forte testemunho do poder e da fidelidade de Deus, que destruirá os malfeitores e é leal para com seu povo.
Habacuque: Este livro é uma mensagem de esperança em meio aos desastres inevitáveis da vida – 3:17-19. Habacuque foi um homem que teve dúvidas sinceras, que passou por provações e aprendeu a esperar em Deus.
Sofonias: Ele proclamou sua mensagem de arrependimento durante um dos reinados finais e mais corruptos de todos os reis de Judá. O tema iminente do livro é a chegada do “dia do Senhor”, ou seja, o dia do julgamento.
Ageu: Profetizou ao povo que retornava do exílio, exortando-o a permanecer firme no seu propósito de reconstrução da cidade de Jerusalém e do templo. Ele ofereceu esperança para o futuro. Em sua breve mensagem, a expressão “diz o Senhor” aparece vinte e cinco vezes.
Zacarias: Foi o outro profeta do tempo da volta do exílio. Ele ministrou aos moradores de Jerusalém num tempo de desânimo com as dificuldades de se restabelecerem na terra destruída.
Malaquias: Foi um profeta que dirigiu sua mensagem ao povo pós-exílio. Os judeus havia se estabelecido de novo em sua terra, reconstruído os muros da cidade de Jerusalém e o templo, mas encontrava-se em estado de apatia espiritual. Seu culto era formal, sem real dedicação. Malaquias enfatizou as bênçãos da obediência a Deus.
Depois de Malaquias ocorreram 400 anos de silêncio, quando Deus não enviou nenhum profeta ou nenhum recado através de quem quer que fosse. O que Ele tinha de dizer já havia sido dito, ampla e claramente. Nesse meio de tempo, Ele preparava o mundo para a vinda do Messias. Reinos se sucederam, um conquistando o outro, até chegar a vez de Roma que, com a construção de estradas que ligaram todo o mundo daquela época e a pax romana, o governo da lei e da ordem imposto pelas milícias romanas a todos os povos conquistados, propiciou todos os eventos que já haviam sido preditos para a vinda do Filho de Deus ao mundo.
Estava tudo preparado para a continuação do plano – o nascimento de Jesus, Filho de Deus, na plenitude dos tempos, para cumprir o propósito do Pai, oferecendo sua própria vida em resgate dos amados de Deus. Jesus foi precedido pelo profeta João Batista, que veio preparar o caminho para a chegada do Filho de Deus a este mundo.
Aqui tem início, então, o Novo Testamento, ou a nova aliança de Deus, agora com um povo espiritual, que aceitou a sua dádiva de reconciliação. Esse novo Israel é composto de judeus e gentios, sem distinção alguma. Nós, hoje, somos parte desse novo Israel.
Novo Testamento
Os quatro primeiros livros do Novo Testamento contam a vida de Jesus, cada um para um tipo de leitor. Depois da morte e ascenção de Jesus, o livro de Atos dos Apóstolos conta a história dos primórdios da igreja cristã e de como ela foi estabelecida. Em seguida, encontramos uma série de cartas escritas pelos apóstolos às igrejas que eles haviam fundado, a fim de confirmá-las na doutrina sadia do evangelho e animar os crentes a permanecerem firmes na luta que enfrentariam por amor do evangelho. O último livro do Novo Testamento é um livro de profecias sobre acontecimentos que ainda não se concretizaram. Apocalipse encerra o cânon bíblico.
Mateus: Este evangelho foi escrito para provar aos judeus que Jesus era a concretização de todas as profecias do Antigo Testamento. Ele cita mais profecias do que os outros evangelistas e apresenta Jesus como o rei dos judeus, o descendente legítimo de Davi.
Marcos: Escreveu para os novos cristãos gentios e principalmente os cristãos romanos e apresenta Jesus como o servo do Senhor.
Lucas: Escreveu para os cristãos gregos uma narrativa detalhada dos acontecimentos para fortalecer a sua fé. Ele apresenta Jesus como o Filho do Homem ideal, que se identificava com os sofrimentos e o dilema da humanidade pecadora a fim de levar sobre si as nossas dores e realizar a obra da salvação.
João: Escreveu seu evangelho para os judeus, encorajando-os a confessarem a Jesus como o Cristo. Ele apresenta Jesus como o singular Filho de Deus. Seu propósito está revelado em João 20:31.
Atos dos Apóstolos: É o livro que narra as lutas e os problemas enfrentados nos primórdios do cristianismo. Os dois grandes nomes desse livro são os dos apóstolos Pedro e Paulo, mas a verdadeira força por trás de tudo o que ele narra é o poder do Espírito Santo. Com as perseguições que a igreja primitiva sofreu, ela se espalhou por diversos pontos do Império Romano. O Apóstolo Paulo foi incumbido de levar a mensagem cristã aos gentios. Ele fundou diversas igrejas, às quais depois escreveu cartas de ensino e doutrina. Foi escrito por Lucas, o médico amado, para complementar o que ele já havia escrito no seu evangelho.
Carta de Paulo aos Romanos: É um tratado completo e minucioso da fé cristã. Paulo escreveu aos cristãos de Roma, cuja igreja havia sido fundada por judeus e gentios que ouviram a mensagem de Pedro em Pentecoste e achou necessário que eles tivessem uma explicação bem fundamentada das bases de sua fé. O tema principal de Romanos é a justificação pela fé.
Primeira e Segunda carta de Paulo aos Coríntios: O apóstolo recebeu um relatório sobre os problemas que a igreja de Corinto enfrentava e escreveu suas cartas falando a respeito de cada um deles, instruindo a igreja em suas bases da fé e da vida cristã. A primeira carta é mais de repreensão por fatos inaceitáveis que ocorriam dentro da igreja, a segunda é mais de consolo para aqueles que haviam sido repreendidos e, arrependidos, queriam mudar de vida.
Carta de Paulo aos Gálatas: Paulo escreveu aos gálatas para esclarecer alguns pontos doutrinários, especialmente o da justificação pela fé, dos quais a igreja já estava se desviando, advertindo a respeito dos perigos do legalismo em que a igreja estava se envolvendo. É a carta da liberdade.
Carta de Paulo aos Efésios: Nesta epístola, o apóstolo enfatiza os recursos espirituais de que os crentes se tornaram depositários a fim de poderem viver de maneira diferente, pelo poder de Cristo. Ele mostra claramente que só quando vivemos “em Cristo” poderemos nos revestir do novo homem e viver de forma diferente, que agrada a Deus e nos abençoa. É a carta da nova vida em Cristo.
Carta de Paulo aos Filipenses: Paulo fala repetidamente na alegria que é fruto do Espírito Santo. Ele aponta o esvaziamente do Senhor Jesus para exercer a missão de servo e que o leva à glorificação. Diz que para ele o viver é Cristo. Esta é uma carta pessoal, a carta da alegria.
Carta de Paulo aos Colossenses: A igreja de Colosso estava sendo infiltrada por heresias e Paulo escreve esta carta para refutar alguns desvios da sã doutrina. Nela, ele incentiva os colossenses a permanecerem firmes no que lhes foi ensinado, praticando o que aprenderam em seu viver diário e crescendo na fé.
Primeira e segunda cartas de Paulo aos Tessalonicenses: Paulo escreveu à igreja de Tessalônica para afirmar as doutrinas que havia ensinado ao fundar essa igreja e para corrigir assuntos referentes à vida futura que perturbavam aqueles novos cristãos. A ênfase das duas epístolas é no final dos tempos, na ressurreição dos mortos, na segunda vinda de Cristo.
Primeira e segunda cartas de Paulo a Timóteo: São chamadas de epístolas pastorais, nas quais o pastor mais velho aconselha o mais jovem, seu filho na fé, sobre questões de pastoreio das igrejas. Paulo autoriza Timóteo a liderar com firmeza e bondade as igrejas que lhe foram confiadas, e a exercer sua autoridade para o bem dos seus liderados.
Carta de Paulo a Tito: Paulo escreveu esta carta para dar a Tito, seu colaborador gentio, autorização e orientação no que diz respeito à doutrina, governo e vida piedosa da igreja. É outra epístola pastoral.
Carta de Paulo a Filemon: É uma carta pessoal a um amigo e colaborador a respeito de uma questão prática da vida cristã.
Carta aos Hebreus: Embora muitos considerem Paulo como autor desta carta, não há provas definitivas a respeito. Ela apresenta a suficiência e a superioridade do ministério de Cristo e exorta os crentes a permanecerem fiéis e a amadurecerem na fé. É nesta carta que encontramos o rol de honra dos heróis da fé – capítulo 11.
Carta de Tiago: Ela oferece palavras de encorajamento aos cristãos que, sob perseguição, haviam fugido para outros lugares e que estariam encontrando sérias dificuldades práticas para viver sua fé entre descrentes.
Primeira e segunda cartas de Pedro: Pedro escreveu para ensinar os cristãos a viverem em tempos difíceis, já que acirrada perseguição contra eles estaria sendo brevemente desencadeada pelo governo romano. Ele cita Cristo como exemplo para todos os cristãos diante de situações de injustiça e maus tratos, desenvolvendo também ensinos sólidos sobre os tempos finais.
Primeira, segunda e terceira cartas de João: João escreveu aos cristãos para fortalecer sua fé. A primeira carta fala sobre crescimento na santificação através da confissão dos pecados e da purificação oferecida por Deus mediante o sacrifício de Jesus. É um tratado do amor de Deus. Na segunda carta, ele adverte os cristãos contra receber heréticos em suas casas e na terceira, sua preocupação novamente é o amor.
Carta de Judas: A ênfase da carta de Judas é a salvação. Foi escrita para cristãos aparentemente sendo confundidos por heresias.
Apocalipse: O último livro da Bíblia é um livro profético que fala dos tempos futuros. Foi escrito pelo apóstolo João. Ele conclui a história humana iniciada no jardim do Éden. Além das profecias sobre os acontecimentos dos últimos dias, quando o maligno será derrotado e aniquilado para sempre, ele termina com a imagem do novo céu e da nova terra, onde não haverá pranto, nem tristeza, nem morte, e onde a presença de Deus iluminará a cidade santa e todos os salvos viverão a vida que foi planejada para eles desde antes da fundação do mundo.
Além desses 66 livros, há uma série de livros chamados de apócrifos por não constarem do cânon hebraico. Eles são aceitos pela igreja católica como livros inspirativos, se não totalmente inspirados, mas por isso mesmo não são incluídos na Bíblia pelos cristãos protestantes.
A Bíblia traz a narrativa completa, embora não detalhada, da história humana. Do primeiro ao último livro, ela revela tudo que precisamos saber para viver a vida que Deus planejou para nós e que o sacrifício de Jesus hoje nos possibilita viver como novas criaturas. O Espírito Santo que habita em nossos corações nos relembra de tudo que aprendemos e nos ensina o que precisamos saber quando a situação parece confusa. Jesus disse que veio para que tenhamos vida, e vida abundante, cheia de paz e alegria no meio de qualquer circunstância.
Se não conhecermos o Deus que a Bíblia revela, nossa fé permanecerá pequena e definhará por falta de uso, impedindo-nos de gozar todas as riquezas da nossa herança como filhos e filhas de nosso Pai, o Deus todo-poderoso, Senhor de todas as coisas. A escolha é nossa.