segunda-feira, 7 de abril de 2008

DONS DO ESPÍRITO SANTO

Dons do Espírito Santo

Muitos têm confundido talento natural, ou capacidade inata, ou ainda um grande desejo de realizar uma determinada tarefa, com dons do Espírito Santo. Outros ainda buscam determinados, por dons do Espírito Santo, deixando de levar em conta que quem os dá é o próprio Espírito Santo e de acordo com a Sua vontade:

"Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer." (I Coríntios 12:11)

Os dons do Espírito Santo são algo distinto e específico, não vinculado à vontade do homem:

"(7) Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo... (11) E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, (12) Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; (13) Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo." (Efésios 4:7, 11-13)

É imperioso que tenhamos em nossas mentes uma clara noção do que vem a ser dom do Espírito Santo, qual sua função e necessidade e, portanto, sua ocasião.

O dom é assim, um talento potencializado pela ação do Espírito Santo, ou uma capacidade concedida por Sua ação, utilizado para a edificação do corpo de Cristo, para a obra do ministério, sendo dado a cada um dos crentes na "medida do dom de Cristo", e de acordo com a Sua vontade. (v.11)

Há dons que nos parecem naturais, como os dons de ensino e pregação do evangelho, e outros dons que são miraculosos, como curas e línguas. Mas, em nenhum caso, mesmo no dos dons que nos pareçam naturais, estes devem ser confundidos com talentos naturais, que são habilidades carnais para a execução de tarefas, pois se assim procedermos teremos, como infelizmente temos visto com alguma freqüência, pessoas que nada tem a ver com o Espírito Santo recebendo livre acesso ao corpo de Cristo, causando enorme destruição, discórdia e divisão.

Devemos, portanto, tratar da questão dos dons com a mais absoluta seriedade, e sempre discernindo os espíritos, isto, sempre provando o que nos é apresentado, se vem ou não de Deus:

"Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." (I João 4:1)

Não nos enganemos, devemos sim estar julgando todas as coisas:

"Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" (I Coríntios 6:2)

E devemos tirar do nosso meio tudo o que for impuro, tudo o que não proceda de Deus. Pois toda ação da Igreja deve ser para que se apresente santa e irrepreensível2 diante de Cristo. Nada menos.

Definindo a palavra "língua" no contexto do Novo Testamento

Antes de qualquer estudo, é fundamental a definição dos termos, ou palavras, que serão abordados, bem como um claro entendimento das circunstâncias em que estes termos são utilizados e o seu significado dentro de cada contexto específico. Assim, torna-se absoluta prioridade estudarmos o termo "língua", ou o seu plural, "línguas", em cada uma de suas ocorrências no Novo Testamento, tendo como base de estudo o seu significado na língua original em que foi escrito o Novo Testamento: o grego koiné. Existem algumas palavras gregas, no Novo Testamento, que foram traduzidas para o português como "língua", vejamos:

1. Língua Hebraica (ebraisti - Hebraisti ou ebraikov - Hebraikos):

1. João 5:2;
2. Apocalipse 16:16.

* No léxico de Strong:
1. em Hebreu, ou seja, em Caudeu.

2. Língua Grega (ellhnikov - Hellenikos):

1. Lucas 23:38;
2. Apocalipse 9:11.

* No léxico de Strong:

1. grego

3. Língua Latina (rwmaikov - Rhomaikos):

1. Lucas 23:38;

* No léxico de Strong:

1. a língua falada pelos Romanos.

4. Língua Licaônica (lukaonisti - Lukaonisti):

1. Atos 14:11;

* No léxico de Strong:

1. na fala ou língua da Licaônia.

5. Língua dobre (pessoa de duas palavras) (dilogov - dilogos):

1. I Timóteo 3:8;

* No léxico de Strong:

1. dizer a mesma coisa duas vezes, repetição.
2. língua dupla, duplicidade de discurso, dizer uma coisa a uma pessoa e outra com outra pessoa (com a intenção de enganar).

6. Outra língua (eteroglwssov - heteroglossos)

1. I Coríntios 14:21;

* No léxico de Strong:

1. alguém que fala uma língua estrangeira.

7. Língua humana existente (dialektov - dialektos):

1. Atos 2:6;
2. Atos 2:8.

* No léxico de Strong:

1. conversação, fala, discurso, linguagem.
2. a língua ou linguagem peculiar a qualquer povo.

8. Parte do corpo humano ou a linguagem de um povo (glwssa - glossa):

1. Língua humana existente: Atos 2:4, 11, 26; I Coríntios 13:1, 8; 14:26;
2. Atributo de nacionalidade (língua do país ou do povo): Apocalipse 5:9; 14:6;
3. Ato de falar: I Coríntios 14:9; I João 3:18; Tiago 1:26;
4. Órgão do corpo: Atos 2:26; Romanos 14:11; I Pedro 3:10; Apocalipse 16:10;
5. Língua humana existente, porém não conhecida pela audiência: I Coríntios 14:2, 4, 13, 14, 19, 27.

* No léxico de Strong:

1. A língua, um membro do corpo, um órgão da fala.
2. Uma língua.
3. A linguagem ou dialeto usado por um povo em particular, distinto do de outras nações.
* No léxico de Liddell & Scott:

1. Língua

1. Laringe, glote.
2. Língua como o órgão da fala, com a preposição "apo" = franqueza no falar; verbalmente, oralmente; com "ouk apo" falar através de argumentação;
3. Orador fluente.
4. A advocacia do fisco.

2. Linguagem; falar uma língua ou dialeto; dialeto;

1. palavra estrangeira ou obsoleta, que necessite de explicação. De onde vem a palavra portuguesa "glossário";
2. língua falada por um povo em particular.

3. qualquer coisa que tenha o formato de língua. (Atos 2:3)

1. em música, a cana ou lingüeta de uma flauta;
2. língua de couro do sapato;
3. língua de terra, península;
4. lingote de metal (aço, ferro, ouro, etc.)

Neste ponto faz-se mister assinalar e destacar que em nenhum léxico ou dicionário grego, quaisquer das palavras gregas, traduzidas para o português como "línguas", têm o significado de um falar em êxtase ou falar uma língua ou dialeto que não seja inteligível por um povo. Assim, das ocorrências da palavra "língua" ou "línguas", no Novo Testamento, podemos certamente afirmar que, quando esta palavra se refere a uma linguagem, é sempre, invariavelmente, uma língua3 humana falada e entendida por algum povo.

Também é importante registrar que a palavra portuguesa "glossolalia" utilizada para representar a prática atual do "falar em línguas", tão comum em meios pentecostais e neopentecostais, tem o seguinte significado conforme o dicionário Houaiss:

1. Suposta capacidade de falar línguas desconhecidas quando em transe religioso.
2. Distúrbio de linguagem observado em certos doentes mentais que crêem inventar uma linguagem nova.

Esta palavra vem de duas palavras gregas: glwssa + lalia (glossa + lalia) que ao pé da letra significam "língua + falar", e que em momento algum aparecem juntas no Novo Testamento.

A palavra (lalia) é encontrada no Novo Testamento em duas passagens:

"E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia." (Mateus 26:73)

"Mas ele o negou outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram outra vez a Pedro: Verdadeiramente tu és um deles, porque és também galileu, e tua fala é semelhante." (Marcos 14:70)

E como pode ser observado nos versos acima, não há qualquer conjunção ou combinação da palavra "lalia", em suas ocorrências no Novo Testamento, com a palavra "glossa".

Existe, contudo, uma conjunção da palavra "glossa" que é encontrada, por exemplo, em I Coríntios 14:2, conforme segue:

"Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios." (I Coríntios 14:2)

"o gar lalwn glwssh ouk anqrwpoiv lalei alla tw qew oudeiv gar akouei pneumati de lalei musthria" (I Coríntios 14:2 TR4)

lalew + glwssa (laleo + glossa) significa ao pé da letra, "falar com uma língua". Esta conjunção apesar de próxima à conjunção de "glossa" + "lalia", não tem a mesma conotação que glossolalia, e não pode ser entendida como se fosse uma ocorrência desta combinação de palavras. Ante estas constatações, podemos com segurança afirmar que não há qualquer ocorrência, no Novo Testamento grego, de glossolalia.

Outro ponto importante a se ter em mente é que o Cristianismo não admite "transe religioso" (prática comum em várias religiões pagãs), nossa religião exige entendimento, clareza de raciocínio, discernimento, temperança (moderação, autodomínio), conhecimento e firmeza, conforme pode ser entendido dos textos abaixo:

"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento." (Marcos 12:30)

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." (Romanos 12:1)

"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. (15) Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido." (I Coríntios 2:14-15)

"E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, (6) E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, (7) E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. (8) Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. (9) Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. (10) Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis." (II Pedro 1:5-10)

Referências gerais

Ocorrências do falar em línguas

* O falar em línguas ocorreu no Novo Testamento em 3 ocasiões:

o Na descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes: Atos 2:4
o Em Cesaréia na casa de Cornélio: Atos 10:46
o Após a imposição de mãos de Paulo sobre os 12 discípulos em Éfeso: Atos 19:6

Além disto o falar em línguas foi citado na primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios.

Não ocorrência do falar em línguas

* Em várias outras ocasiões especiais, não houve o falar em línguas, como por exemplo:

o Quando Jesus soprou o seu Espírito sobre os seus discípulos: João 20:21-22
o Na conversão do Eunuco: Atos 8:35-39
o Na conversão de Paulo: Atos 9:1-9
o Após Pedro e João estarem perante o Sinédrio: Atos 4:31-33
o No Batismo de Lídia: Atos 16:13-15
o Na conversão do carcereiro e sua casa: Atos 16:30-34

Instruções para o uso do falar em línguas

* O apóstolo Paulo demonstrou que o falar em línguas deve seguir regras específicas e determinadas:

o É uma atividade secundária, de importância menor e muitas vezes indesejável: I Coríntios 14:3 e 14:23
o Exige a necessidade de intérprete: I Coríntios 14:27
o Caso não haja intérprete, não deve haver o falar em línguas: I Coríntios 14:28
o Somente dois, quando muito três podem falar em línguas: I Coríntios 14:27
o Somente um pode falar por vez: I Coríntios 14:27 e 14:30
o Não deve haver confusão: I Coríntios 14:33
o Tudo deve ser feito com ordem e decência: I Coríntios 14:40
o As línguas não devem ser buscadas (Deus é quem decide): I Coríntios 12:18

Definições

Sinais e milagres

Os sinais e milagres sempre foram utilizados com funções específicas:

1. Fazer com que as pessoas cressem na Bíblia que ainda estava por ser escrita:

"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. (31) Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31 ACF1)

"Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; (19) Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo." (Romanos 15:18-19)

2. Dar credibilidade e reconhecimento aos que apregoavam a mensagem:

"Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;" (Atos 2:22)

"Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim." (João 10:24-25)

"Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade." (I Reis 17:24)

"Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31)

3. Marcar uma era de novas revelações para o povo de Deus, ou mudança na forma de ação do Espírito Santo junto ao povo de Deus. (Babel, Dilúvio, Êxodo, o Ministério de Jesus Cristo, Atos dos Apóstolos, Apocalipse, etc.)

É importante que tenhamos em mente que os sinais de Deus ocorrem em determinado momento, para validar Sua mensagem através de um mensageiro Seu, ou para cumprir um propósito específico determinado pelo próprio Deus, e depois desaparecem quando não são mais necessários. Podemos ver claramente este fato ao estudarmos a história de Moisés, de Josué e de Elias. Num determinado momento, Moisés foi capaz de abrir um caminho seco através das águas, de modo que o povo de Deus pôde passar a seco pelo Mar Vermelho. De modo similar, Josué pôde abrir as águas do Jordão para que o povo de Deus pudesse atravessá-lo a seco. Em nenhum outro momento o sinal de criar separação de águas ocorreu. O profeta Elias pediu, e Deus fez com que descesse fogo dos céus para queimar o holocausto:

"Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: O SENHOR Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas. (37) Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração. (38) Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego." (I Reis 18:36-38)

Depois desta, não houve mais nenhuma outra ocorrência de Deus enviando fogo dos céus para queimar holocaustos.

Podemos também observar o momento em que o Sol parou a pedido de Josué:

"Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detem-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom. (13) E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr, quase um dia inteiro. (14) E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel." (Josué 10:12-14)

A própria Palavra de Deus nos apresenta o fato de ser esta, uma ocorrência única, que nunca mais tornaria a se repetir.

Estes exemplos, e tantos outros que podemos encontrar através das Escrituras Sagradas, nos mostram de forma inequívoca que os sinais de Deus são isto mesmo, de Deus, utilizados por Ele para fins específicos, em momentos específicos, de acordo somente com Sua soberana vontade, e não pertencem ao homem, nunca pertenceram e nunca pertencerão.

O que é o falar línguas conforme a Palavra de Deus

O sinal de línguas foi a capacidade sobrenatural de se falar um idioma estrangeiro sem prévio estudo ou conhecimento deste, e o dom de línguas é a facilidade para se falar vários idiomas diferentes.

Como vimos no estudo das ocorrências da palavra "línguas" no Novo Testamento, a palavra de Deus nos apresenta estes idiomas, sempre, como idiomas humanos existentes. Por exemplo, quando da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os discípulos transmitiram a mensagem do evangelho nas línguas nativas daqueles que os estavam ouvindo (Atos 2:1-11) !

Paulo ao repreender os coríntios sobre a necessidade de ordem no culto, disse que os indoutos, aqueles sem estudo, não entenderiam os que estavam falando línguas (I Coríntios 14:16 e 23), demonstrando de modo inequívoco que, ao contrário, os doutos, aqueles que tem erudição, poderiam entender, e portanto, os coríntios estavam falando um idioma humano existente e inteligível (pelo menos para aqueles que tivessem cultura suficiente para entendê-lo). Também em I Coríntios 14:21Paulo, citando Isaías, especifica que "por outros lábios falarei a este povo", descrição esta que também aponta diretamente para uma linguagem humana existente.

Em I Coríntios 14:18, Paulo afirma categoricamente que falava mais línguas que os coríntios. Ora, Paulo falava hebraico, aramaico, grego, latim, e possivelmente ainda outras línguas mais, como o copta. Mas, eram todas línguas humanas existentes... (Iremos tratar de forma mais detalhada a questão da igreja de Corinto mais abaixo no tópico "O falar línguas em Corinto").

Reforçando mais uma vez segundo o testemunho da Palavra de Deus, o falar línguas ou é um sinal sobrenatural de falar línguas ou dialetos humanos, existentes, sem que tenham sido previamente estudados, ou como ocorreu na Igreja de Corinto, a capacidade ou a facilidade para falar em várias línguas (diversidade de línguas).

O sinal miraculoso de línguas ocorreu em 3 circunstâncias no livro de Atos

"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8 destaque acrescentado)

* Jerusalém - Atos 2:4 "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."

* Judéia e Samaria (Cesaréia) - Atos 10:46 "Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus."

* Confins da Terra (Éfeso) - Atos 19:6 "E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam."

O sinal miraculoso de línguas sempre foi um sinal para os judeus que não criam primeiramente no derramamento do Espírito Santo de Deus, e depois não criam que o derramamento do Espírito Santo atingisse também aos gentios e não somente aos judeus.

O verso 45 de Atos 10 nos mostra este fato:

"E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios."

Assim, espantaram-se os judeus, todos os que eram da circuncisão, quando gentios demonstraram os mesmos sinais que os discípulos haviam demonstrado em Jerusalém!

Em Éfeso (Atos 19:3-20) grande foi a disputa de Paulo para apresentar o Caminho aos judeus ali reunidos. E o falar línguas dos discípulos que lá estavam mostrava a estes judeus que através de "outros lábios" e de "outras línguas" Deus estava lhes falando Sua mensagem:

"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor." (I Coríntios 14:21)

Após estas três ocorrências não há qualquer outra referência ao falar línguas como um sinal de Deus para o seu povo. Surge, contudo, uma outra referência ao falar línguas no Novo Testamento: durante o período de desordem que ocorreu na Igreja de Corinto; Igreja esta que foi exortada pelo apóstolo Paulo a retornar à ordem e à decência, quando de sua primeira carta a ela endereçada.